domingo, 3 de agosto de 2014
NA VIDA TUDO
É POESIA
O QUE PODIA TER SIDO... E O QUE NÃO FOI.
Ciro José Tavares.
Como Prometeu devias ter
agrilhoando-me e não fizeste.
Ter atado meu corpo ao
flamboyant que nos acobertava,
ao estender os galhos sobre
o muro frontal de tua casa.
semelhante
ao cometa vagando sem destino na
amplidão.
Eu podia ter orientado meu
rumo nos olhos de minha mãe,
que, ao saber de ti,
refulgiram como estrelas e eu não quis.
E porque não quis
atormentam-me saudades do flamboyant,
aparando o sol nas manhãs e
noturnas réstias das alvas luas.
Lembro como abrandavas o meu
desassossego. Nas palavras
mansas, na ternura do olhar,
nos doces gestos de uma santa.
Tinhas a graça da mulher
medieval que encantava trovadores,
e por que não me aprisionaste
nas ameias do teu castelo?
E porque não fizeste, o
pássaro vadio voou sem direção e pouso certos.
Nas asas os estigmas de
Byron e Shelley plantados pelos deuses.
Agora que nada resta entre
nós dois estou encarcerado nas lembranças,
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