sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

27/02/2014 20h39 - Atualizado em 27/02/2014 20h58

Praia tem indícios da passagem do 


autor de 'O Pequeno Príncipe' em SC



Antoine de Saint Exupery visitou local na década de 1920. 
Ruas com nome do escritor e do livro são encontradas no bairro.

Luíza FregapaniDo G1 SC
Zé Perri é o apelido do escritor francês no Campeche (Foto: Reprodução/Zeperri.org)Zé Perri é o apelido do escritor francês no Campeche (Foto: Reprodução/Zeperri.org)
O Bairro Campeche, no Sul da Ilha de Santa Catarina, apresenta diversas referências ao escritor francês Antoine de Saint Exupery, autor do livro 'O Pequeno Príncipe'. De acordo com moradores, há registros históricos da passagem do escritor pelo local, entre a década de 1920 e 1940.
Ilha do Campeche era ponto de referência para pilotos (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)Ilha do Campeche era ponto de referência para
pilotos (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)
A região do Campeche era utilizada como ponto de parada para os pilotos do Aero Postale, correio francês, que tinha Florianópolis na rota de entregas de correspondências entre Paris e Buenos Aires, na Argentina.
"Há registro de pelo menos três passagens de Exupery pelo local. Na região funcionava o Campo da Aviação, onde os pilotos desciam para entregas e para reabastecer o avião. No local, eles ficavam na Casa dos Pilotos. A Ilha era ponto de referência", explica Mônica Cristina Correa, da Fundação Saint Exupery, da Ong Zeperri e Doutora em Língua e Literatura Francesa pela Universidade de São Paulo – USP.
As visitas renderam ao piloto o apelido de Zé Perri. "Houve vários encontros dele com os pescadores, o que criou este personagem. A presença dele foi embelezada por aqueles que conheceram e contaram as histórias por meio da tradição", lembra Mônica. O livro 'O Pequeno Príncipe' é um dos mais traduzidos no mundo, ficando atrás apenas da Bíblia, segundo Mônica. Em 2013 a primeira publicação do livro completou 70 anos.
Avenida Pequeno Príncipe é a principal do bairro (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)Avenida Pequeno Príncipe é a principal do bairro (Foto: Luíza Fregapani/G1 SC)
No bairro há diversos nomes que fazem referência à época. Servidão Saint Exupery, Avenida Pequeno Príncipe e Servidão Aviação Francesa, além de estabelecimentos comerciais, como pousadas, são alguns dos exemplos. "O nome Campeche veio da Ilha, que era utilizada como referência para o pouso. Porém, em francês, este nome parece 'Camp et Pêche', que seria 'Campo da Pesca'. Como era uma vila de pescadores, pode ter acontecido de os franceses trocarem o significado original da palavra", esclarece Mônica.
Além de Exupery, que na época era chefe da Aero Postale na Argentina, centenas de outros franceses passaram pelo local. "É uma região histórica, que viveu os primórdios da aviação. O aeroporto foi instalado no Sul da Ilha porque já havia esta rota anterior de aviação. O Campo foi extinto depois da construção do aeroporto", explica Mônica.
A história de Zé Perri chegou à Fundação Exupery, na França, e, segundo Mônica, impressionou os franceses. "Eles ficaram muito surpresos, porque não conheciam as informações e por meio de arquivos históricos também estão ajudando a montar o contexto. O Campeche é o único lugar fora da França que guarda tantos detalhes históricos do autor", comenta. A história foi retratada no documento 'De Saint Exupery a Zeperri', que traz diversos depoimentos e documentos.
Um projeto, aprovado pelo Ministériio da Cultura, vai restaurar a Casa de Pilotos, onde será construído um Memorial dos pilotos e pescadores. O Campo de Aviação e a casa, que está abandonada, ficam na esquina das Avenidas Campeche e Pequeno Príncipe.
tópicos:

Exupéry não pousou em Natal, se posou em Santa Catarina em direção a Buenos Aires, vindo da França? Liacir Lucena, phd em física, cientista potiguar diz que é uma questão de lógica.

Questão de Lógica

Se o avião de Saint Exupéry posou em Santa Catarina vindo da França a caminho de Buenos 
Aires, como ele pode ter deixado de pousar em Natal ?

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Date: February 27, 2014 22:51:44 GMT-03:00
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Subject: G1 - Praia tem indícios da passagem do autor de 'O Pequeno Príncipe' em SC - notícias em Verão 2014
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/verao/2014/noticia/2014/02/praia-do-campeche-tem-referencias-da-passagem-de-exupery-pelo-local.html


Sent from my iPadLiacir Lucena vê indícios de passagem do grande escritor e piloto francês Antoine Saint-Exupéry em Natal.Acessem ao link do G.1

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Bom Dia!, soneto de Dilson Ferreira.

BOM DIA, EM NOME DO SENHOR JESUS!

SONETO DE INSTRUÇÕES!
(1 Reis 2:1-12)

O pai diz pro filho na hora da morte:
"Guarda os preceitos do Senhor nosso Deus,
Pra que sejam prósperos os dias teus,
Sendo homem prudente, fiel e forte."

"Vai nos seus caminhos como consorte;
Propaga seus mandamentos aos ateus,
Mostre para todos que um único Deus
É responsável pela nossa sorte."

"Vença teus combates aqui na terra
Porque lá no céu não terás mais guerra
E sim, a vida eterna em alegria..."

"Filho, vou pelo caminho dos mortais
Ao lugar para que não se sofra mais
E onde nos encontraremos um dia!"

16/02/2014 -  D I L S O N - NATAL/RN.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Papa contra o deus dinheiro.

El Papa Francisco arremete contra el dios Dinero

PapaEl papa Francisco arremetió contra el sistema económico mundial el domingo diciendo que éste ya no puede basarse en un “dios llamado dinero”. Asimismo animó a los desempleados a luchar por el trabajo y a “defender su dignidad”.
Tras llegar este domingo a Cagliari, capital de la isla italiana de Cerdeña, y escuchar a tres víctimas de la crisis (un parado, un pastor y una empresaria) que se quejaban de que la falta de trabajo les está robando la esperanza, el papa Francisco decidió saltarse el discurso oficial que tenía preparado, informó Reuters.
“Perdonad si estas palabras son un poco fuertes, pero digo la verdad: la falta de trabajo te lleva a sentirte sin dignidad. ¡Donde no hay trabajo no hay dignidad! Y esta tragedia es la consecuencia de un sistema que idolatra a un dios llamado Dinero“, declaró el pontífice.
Durante una misa celebrada ante más de 300.000 personas fuera de la catedral de Cagliari, el papa atacó al capitalismo por ser el causante de un gran sufrimiento y afirmó que “hombres y mujeres tienen que estar en el centro” del sistema económico.
El actual sistema económico nos está llevando a una tragedia. Vivimos las consecuencias de una decisión mundial, de un sistema económico que idolatra a un dios llamado Dinero”, aseguró Jorge Mario Bergoglio.
Asimismo, el papa afirmó que la globalización ha traído consigo una cultura en la que los más débiles de la sociedad son quienes más sufren: los marginados, los colectivos en riesgo de exclusión y los ancianos, quienes, en su opinión, “están siendo víctimas de una eutanasia encubierta”, condenados al abandono por ser considerados “improductivos”.
“Para defender la cultura económica, se ha instalado una cultura de usar y tirar. Nos deshacemos de los ancianos y de los jóvenes. Tenemos que decir ‘no’ a esta cultura de usar y tirar. Lo que queremos es un sistema justo que ayude a todos”, manifestó
(Tomado de Russia Today)

Soneto Doçura!

"Quão formosa e quão aprazível és,
ó amor em delícias!" (Cantares 7:6)

SONETO DOÇURA!

Dilson Ferreira.

O mel é doce. Teus beijos são também.
Mel alimenta. Também os teus beijos...
Que aviva a fogueira dos meus desejos
Fazendo qu'eu diga: - Tu és o meu bem!

Versejo, que igual a ti não há ninguém
Com doçura no olhar alguém não vejo
Ávido amor, aproveitando o ensejo
Quando sorvo do mel qu'os teus lábios tem!

Claro que virão provas... atropelos...
Mas se nosso amor for feito de zelos,
Aqui na terra far-se-á nosso céu.

E se sempre eu cavalgar teus cabelos,
Entre dádivas, bênçãos e desvelos,
No nosso favo nunca faltará mel!

12/02/2014 - D I L S O N - NATAL/RN.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Manoelsinho, o poeta caicoense esquecido.


O poeta Manoel Vale

 

Luiz Gonzaga Cortez *

 

O poeta Manoel de Araújo Vale, falecido há 30 anos (9 de janeiro de 1984), foi uma das maiores figuras humanas no meio da intelectualidade natalense  dos anos sessenta/setenta. Anti-conservador, anti-burguês, anti-acadêmico e anti-capitalista – anti-tudo que representasse injustiça, miséria, exploração, ignorância e sacanagens mil da sociedade decadente e consumista – Manoelsinho, ex-aluno do Colégio Estadual do Atheneu Norte-rio-grandense, onde fez os primeiros ensaios de estudante militante contestador e reivindicador, foi um rapaz pobre que veio de Caicó estudar na capital e aqui desenvolveu o seu talento literário e a sua verve poética. Baixinho, estrábico, fala mansa, Manoelsinho foi um homem bom, sem as malícias e defeitos pequeno-burgueses de que somos possuídos. Com a sua aparência desleixada, sua mochila surrada e cheia de livros, cadernos e papéis, ele gostava de baixar nos bares e recantos mais díspares de Natal, nos tempos em que se andava a pé da Cidade Alta ao Bar Postinho, na praia do Meio; ou de Nova Descoberta, Tirol  e Alecrim para os becos sujos e escuros da Ribeira velha de guerra, a qualquer hora da madrugada. Só ou acompanhado, biritado ou não. Sem lenço e sem documento. No bar, no boteco, no boisinho ou no cabaré, era capaz de escrever lindos poemas. Amava a vida e a humanidade. Amava todos: os operários, as prostitutas, os intelectuais e os políticos comprometidos com a redemocratização do Brasil ( Movimento Pró Anistia), os cineastas e os cinéfilos (tinha muitos amigos no Cine Clube Tirol, de Natal, dentre eles, Palocha e Juliano Siqueira) e o povo oprimido. Participou das movimentações em favor da Anistia, 1979, e das Diretas Já, em 1984, mas não chegou a assistir a eleição de Tancredo Neves por causa do “Momento alvissareiro da fatal viagem”, nome de um  seus dos poemas do único livro que tenho de Manoel Vale ( Viver a Vida, Natal, 1978). Lembro-me que participou de um comício ( com a sua bolsa a tiracolo) que houve no centro da cidade, na avenida Deodoro, esquina com a rua João Pessoa, em favor da Anistia, fato documentado por uma fotografia que boiou na redação do Diário de Natal, onde ingressei no finalzinho de 1978, e recentemente publicada no livro Anistia – 20 anos depois, editado pelo Sindicato dos Bancários.

Estou me lembrando de Manoelsinho, não somente devido ao esquecimento do seu nome e da sua poesia, mas porque no dia 18 vindouro fará 21 anos que me encontrei com ele numa fila da agência Ribeira do Banco do Brasil, após vários anos sem vê-lo, e, depois de um afetuoso abraço, me deu o seu livro “Viver a Vida ( Poemas)”, com a seguinte dedicatória: “Ao amigo, Gonzaga Cortez, que os tempos bons do velho Atheneu, tempos de luta e de refregas memoráveis de vitórias gerais e algumas derrotas pessoais sejam o alicerce da luta maior, da grande luta em busca de um Brasil mais fraterno, mais solidário e mais humano, para nós que fazemos a Nação rica e, infelizmente, mais consubstancialmente, pelo total de habitantes, sofrida e explorada. Natal (Rn), 18.10.79. Manoel Vale”. Eu estudei dois anos no Atheneu, no inicio da década de 70, mas já tinha andado  por lá e adjacências entre 1966/68, nas campanhas estudantis e contra a Guerra do Vietnã, distribuindo panfletos mimeografados que eram passados por Juliano Siqueira. Conheci  Manoelsinho em Natal, nos bares, nas esquinas, no café São Luiz e no velho Atheneu.

Ele escreveu poemas de fortes críticas sociais.  Atualíssimo, “Pranto Sentido” é um deles: “Quero sentir e cantar,/ mas o tempo não dá,/o mundo não deixa: / só há tempo para a queixa/ da pobreza,/ que vive a mendigar./ Quero cantar e não chorar,/ mas agora não dá,/ neste mundo desajustado,/ espoliado,/ onde impera/ só a miséria. / Os pobres pedem comida,/ pois não têm comer na barriga!/ E os governantes/ não dão ouvidos/ a esses pobres mendigos

 De alimentos e de justiça./ Justiça! ... Justiça! .../ Para este mísero mundo cão,/ onde aos pobres falta o pão/ e aos criminosos a prisão”.

 Manoelsinho também deixou um livro de poesia inédito, cujos originais deveriam ser resgatados pelo Sindicato dos Bancários do RN. 

Manoel de Araújo Vale, que deveria ser nome de rua de Natal e de Caicó, foi funcionário do Banco do Brasil e contraiu malária numa cidade da região Norte do Brasil, antes de 1980, e, em conseqüência, tornou-se cardíaco ( coração grande), vindo a falecer em 1984, já aposentado por invalidez. O poeta e companheiro de trabalho ( e camarada ideológico), Horácio Paiva, escreveu um artigo a seu respeito ( “Manoel de Araújo Vale: presente”) na Tribuna do Norte de 10 de fevereiro de 1985, mas a sua vida e a obra poética, o homem que sonhava com o real e o imaginário,” que transpunha para a poesia as suas concepções dialéticas, concepções que o levaram a assumir dignamente a vida, viver a vida”,  a lutar pela democracia e o socialismo, precisam ser resgatadas. Pois é, temos na direção do Jornal de Hoje, um jornalista natural de Caicó, Aluizio Lacerda, que deve ter conhecido Manoelsinho, com quem deveríamos contar na luta para torná-lo nome de rua ou pracinha (ou será que já denominaram alguma artéria com o seu nome?), em homenagem ao grande poeta dos excluídos. Na festa dos 180 anos de fundação do Atheneu Norte-rio-grandense, ocorrido na manhã de 03.02.2014, ninguém se lembrou do poeta caicoense e líder estudantil. Os jovens estudantes que estavam lá só faziam barulho, conversando e rindo até que a secretária de educação do Estado, Betânia Ramalho, pediu silêncio para que todos ouvissem os oradores, inclusive ela. Betânia discursou e deu o seu recado.

 

*Luiz Gonzaga Cortez é jornalista.    

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"Rascunho" será lançado no dia 12 de março.

SEXTA-FEIRA, 7 DE FEVEREIRO DE 2014

Fonte: Blog de Miranda Gomes.


O PRESIDENTE DA UBE/RN TEM A SATISFAÇÃO DE CONVIDAR, PARA OS AUTÓGRAFOS DE DIULINDA GARCIA, CHEGANDO EM MARÇO COM NOVO LIVRO.
DIULINDA RESPIRA POESIA. ESSA É A SUA MANEIRA DE SENTIR A VIDA E VIVÊ-LA COM INTENSIDADE. É PARA A POESIA QUE ELA TRANSFERE OS FRAGMENTOS DO SEU EXISTIR.

O CONVITE É EXTENSIVO AOS FAMILIARES, ESCRITORES, AMIGOS, CONFREIRAS E CONFRADES DAS INSTITUIÇÕES ÀS QUAIS PERTENCE (UBE/RN, AJEB/RN, SPVA/RN. IHG/RN, INRG, ENTRE OUTRAS).

SERVIÇO:

LIVRO: RASCUNHO
DATA: 12-03-214
HORA: 19:HS
LOCAL:BUFFET RENATA MOTTA
RUA MONSENHOR HONÓRIO, 218, TIROL

AGRADECE

ROBERTO LIMA DE SOUZA
PRESIDENTE DA UBE/RN
Foto de Lucia Helena Pereira.
 
Foto de Lucia Helena Pereira.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A poesia de Rizolete Fernandes.

Amig@s,

Uma visão do Nelson sobre meu último livro - se é que ainda não leu, pois que decorrida uma semana.

Abraços,

Rizolete

        segunda-feira, 27/01/2014
                    por: Nelson Patriota
                A afiada tesoura do querer de Rizolete


As questões de gênero não passaram em vão pela poesia
norte-rio-grandense contemporânea em sua vertente feminina (e
feminista). Uma evidência é que nela se fala mais de sexo e desejo do
que de romance; mais de conflitos de poder do que de sentimentos; mais
de crises do que de alegrias. A poesia de Rizolete Fernandes é uma
dessas poucas vozes dissonantes nesse concerto de gêneros ao eleger para
seu canto a leveza dos sentimentos, ao contrário de confrontá-los.

Essa poesia das formas mínimas do sentir e que se replica numa prosa
de discrição, como se pode ver no conjunto de crônicas que Rizolete
Fernandes enfeixou em "Cotidianas" (Sarau das Letras, 2012), dá corpo a
uma sensibilidade que trilha um caminho conforme a sua própria natureza,
e que nela encontra seu melhor argumento.

Essa característica tão peculiar de sua prosa pode ser constatada,
agora sob forma poética, em seu novo livro "Vento da tarde/Viento de la
tarde" (Sarau das Letras, 2013), em edição bilíngue português-espanhol,
com tradução espanhola de Alfredo Pérez Alencart, da Universidade de
Salamanca. O Prólogo também é assinado por Alencart e serve como porta
de entrada à poesia de Rizolete, haja vista que se intitula justamente
"Itinerário de Rizolete".

Experiente na lida com a poesia portuguesa/brasileira, haja vista que
é também o tradutor, dentre outras obras, de "Misto códice" (Sarau das
Letras/Trilce ediciones, 2012), de Paulo de Tarso Correia de Melo,
Alencart toca em algumas questões fundamentais da poesia de Rizolete,
como, por exemplo, a prevalência do sensível que a distingue.

Sobre esse tema, indaga: "De onde vem essa delicada corrente de
realidade que semeia em seus poemas Rizolete Fernandes?" Sua resposta
não poderia ser mais exata: "Entendo que da humildade, mas não daquela
que só perfuma a boca do que esconde suas vaidades, e sim dessa
singeleza que se há amadurecido como um largo ritual em meio ao assombro
de viver".

Em outro momento de seu ensaio/prefácio, Alencart escreve, a título
de síntese: "Vento da tarde é uma passarela por onde desfilam os seus
dias e os dos outros". E, sem resistir ao tom professoral, ensina: "Não
esqueçam que o eu da poeta nem sempre resulta ser o seu, pois costuma
abarcar os demais".

É bem disso que se trata em "Vento da tarde/Viento de la tarde", de
uma especial delicadeza poética, desde sua forma breve, e que se esgota
às vezes num dístico impactante, como no poema "Espinhos": "Consigo
dialogar com os espinhos / difícil é entender o que dizem as rosas". Ou
ainda nesse singelo elogio à arte, cujo título é justamente "Arte": "A
arte / é o que dá sentido à vida / em qualquer tempo / em toda parte".

Outras vezes, a complexidade do argumento poético exige da poeta três
versos, o primeiro expondo o leitmotiv, o segundo desdobrando-o,
enquanto, no terceiro, dá-se seu desfecho. Em "Fatal", tem-se, assim:
"Foi te ver e sonhar / para meu ativo / emocional // Não por premeditar /
foi o teu sorriso /azul e fatal // Agora / inda que ternuras estiem /
ou respingos / nuances me desmaquiem / antecipo domingos". Ou ainda,
dessa vez tratando da fugacidade da vida, Rizolete Fernandes diz em
rimas alternadas em "Escassez": "inspiração escassa / a poesia fugidia /
o tempo passa / pelo dia".

Com "Vento da tarde/Viento de la tarde" Rizolete ingressa no seleto
clube dos poetas norte-rio-grandenses cuja obra está disponível em
outra(s) língua(s), o que já reúne um número razoável de autores, dentre
os quais, Marize Castro, Paulo de Tarso Correia de Melo, Diógenes da
Cunha Lima, David Leite e Zila Mamede.