terça-feira, 29 de abril de 2014

Novo poema de Dilson Ferreira, um poeta desconhecido.

OI, PESSOA AMIGA...

"Criaram nela a glória dos humanos:

Eia, cantai-lhe os dotes singulares,
Louvai seus olhos, aplaudi seus anos,
Queimai-lhe aromas, erigi-lhe altares."

(MANOEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE)
- 1765/1805 - PORTUGAL.

F E T I C H E !

Olhou bem nos olhos dela e aí gamou
Aqueles olhos verdes fascinantes
Iguais, ele nunca jamais vira antes
Que o olhar dele tão logo enfeitiçou.

Olhar sorriso em lábios "vermelhantes"
Que ele em alcova delícia imaginou
Libido e frenesi que o prazer criou
Essas loucuras que têm os amantes.

Difícil não inebriar quem a visse
De deixá-lo assim tão enfeitiçado
Às vezes ventura ou pura tolice...

Sonho lindo que se fez acordado
Quando aqueles olhos verdes lhe disse:
-Não, não posso, eu já tenho namorado!

28/04/2014 - D I L S O N - NATAL/RN.

Resposta rápida
Para: DιІšση Ferreira <dilsonfs51@hotmail.com>

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Encontrado um exemplar de livro de Nati Cortez.

Conseguimos um exemplar de A Abelhinha Sonhadora, editado em 1972, pelo Serviço Nacional de Teatro/MEC, então dirigido por Felinto Rodrigues Neto. A peça infantil em dois atos é baseada no conto de Maria Eugênia Maceira Montenegro, "A Abelhinha Zunzum". A intenção é reunir todos os livros de Nati Cortez numa exposição na seção estadual da União Brasileira de Escritores/UBE, atualmente presidida pelo poeta, compositor e professor Roberto Lima, autor da música da peça, conforme registra o livro adquirido na Estante Virtual, Rio de Janeiro, por R$ 13,00.

domingo, 13 de abril de 2014

Papiro que menciona mulher de Jesus não é falsificado.

O papiro que menciona a mulher de Jesus
O papiro que menciona a mulher de Jesus Fotografia © DR

As análises científicas de um papiro muito controverso, no qual é mencionado "a mulher de Jesus", revelaram que este documento é antigo e as suas origens remontam entre o VI e o IX séculos.
Um estudo divulgado na quinta-feira nos Estados Unidos refere que este documento, revelado em 2012 por Karen King, professora de história na Universidade de Harvard Divinity, é quase de certeza um papiro antigo e não uma falsificação feita recentemente.
Este documento, que sugere que Cristo era casado, foi recebido com grande ceticismo no Vaticano e pelos historiadores, que concluíram que provavelmente era uma farsa, citando a sua origem desconhecida, a forma dos carateres das letras e os erros gramaticais.
Trata-se de um fragmento de papiro com 3,8x7,6 cm, no qual estão escritas as frases em língua copta: "Jesus disse-lhes: 'Minha esposa'" e "Ela poderá ser minha discípula".
Estas frases suscitaram o debate em algumas igrejas sobre o celibato dos sacerdotes e o facto de as mulheres poderem exercer o sacerdócio ministerial.
Nenhum evangelho menciona que Jesus foi casado ou tinha discípulos mulheres.
Fonte: dn.pt - Ciência.

sábado, 12 de abril de 2014

A Abelhinha Sonhadora foi encenada em Minas Gerais.

Cópia de foto tirada no Google. "Santo de casa não faz milagres". A peça de Nati Cortez não foi encenada em Natal. Para mais detalhes, clique na foto.

Além do Arco-Íris.

Além do arco-íris
“Meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas...
E o que vejo a cada momento,
É aquilo que nunca antes tinha visto...
Sinto-me nascido a cada momento,
Para a eterna novidade do mundo”
(Fernando Pessoa)

Francisco Edilson Leite Pinto Júnior.
 
Os despertadores são terríveis! Eles têm a difícil missão de nos alertar de que nem todo dia frio, terá um bom lugar para se ler um livro... Cinco horas manhã, de um sábado, e o danado toca de forma estridente: “Levanta-te e anda! levanta-te e anda!”. Bem que ele até quis não dar ouvidos à intimação do despertador, mas a falta de um cartão corporativo do governo para pagar as suas contas, falava mais alto: “Vai trabalhar vagabundo; vai trabalhar criatura!”.
Chovia lá fora! E mesmo o frio adentrando ao quarto, não havia outra alternativa. Teve que se levantar, mas não antes de olhar para o lado. Viu a sua bela esposa dormindo como um anjo. Quis ficar abraçado com ela, mas não tinha mais tempo a não ser de fazer um rápido cálculo de quanto a amava... e o resultado foi: 1008! Era o número de Tensões Pré-Menstruais (TPM) de convivência! Isso sim é que é amor!
Ao chegar ao banheiro, ele constatou que não há frio de rachar que não possa piorar: a resistência do chuveiro tinha queimado na noite anterior. “Mas a vida o que quer da gente não é coragem?!” Pensou... Então, ligou o chuveiro e foi para debaixo dele: “tomara que Heráclito tenha mesmo razão quando disse que o universo é uma dança de opostos, onde cada coisa se transforma em outra: coisas frias esquentam”, pensou ele novamente.
Antes de sair, fez o ritual de sempre: beijou o filho e a esposa amada (1008 vezes de TPM solidária), como se fosse a última vez... Afinal, é tudo tão incerto não é mesmo?! E incerto seria o caminho que o levaria ao hospital, para mais um plantão. Pois, a noite toda de chuva, castigando as ruas já tão castigadas de anos de desgovernos, na sua cidade, fazia com que o seu caminho de sempre, tivesse que ser mudado... E haja alagamentos! - Praguejou ele.
Coitado! Esqueceu-se ele do que certa vez disse o filósofo imperador Marco Aurélio: “Todas as coisas são entremeadas umas às outras; um laço sagrado as une; não há uma coisa sequer que esteja isolada de outra”. Então, se por um lado à mudança de rota o fez percorrer um caminho mais longo; por outro, o permitiu “curar” a sua vista cansada, diagnosticada há tanto tempo, por Oto Lara Resende: “O que nos cerca, o que nós é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio... nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença”.
Mudança de rota; mudança de visão! Que lindo arco-íris, ele percebeu mais adiante. Olhou para o relógio. Ainda restavam alguns minutos para não chegar atrasado ao seu destino. Por isso, parou o carro, pegou o celular e fotografou o arco-íris. E neste momento, teve a “consciência cósmica” de que algum tesouro o esperava para ser descoberto naquele dia. Sim! Ele se lembrou da sabedoria de Epicuro: “Deus introduziu o homem para ser um expectador de seus trabalhos, e não apenas um expectador, mas um intérprete”...
Chegou ao hospital. Passagem do plantão. Ele ouviu atentamente todos os casos, mas um chamou-lhe mais atenção: 33 anos, era a mesma idade em que seu pai tinha quando faleceu. Trinta e três anos era a idade da jovem paciente, portadora de uma neoplasia avançada, cujo fim se aproximava. Ao chegar à beira do seu leito, ele teve uma surpresa. A acompanhante da paciente era sua irmã gêmea idêntica (univitelina). Ali ele percebeu: juntas, lado a lado, vida e morte; A que ficava e a que partia. E neste momento, de repente, não mais do que de repente, ele viu o seu tesouro que estava além do arco-íris... Ele presenciou uma das cenas mais belas vistas nestes 25 anos de profissão. Sim! Existe beleza também na tristeza. Pois, “As mais belas harmonias vêm dos opostos”... Vida e morte!
Ele, temporariamente curado da sua vista cansada, viu algo que ficará eternamente guardado em sua lembrança, pois como dizia Drumonnd: “O eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata”... Ele viu a irmã/acompanhante, abrir a sua bolsa, pegar um frasco de creme hidratante e massagear os pés da sua metade que estava morrendo. Massageava e chorava...
Pés... Ele lembrou-se que vem da palavra “podos” em grego, que está relacionado a palavra “paidos”, que significa criança. Ou seja, a irmã/acompanhante - melhor do que muita morfina, ou do que qualquer antibiótico de última geração-, estava cuidando dos pés da sua metade que ia partir. E cuidar dos pés de alguém significa cuidar da criança que está nela... e ninguém retornará ao reino de meu Pai se não voltar a ser criança novamente, não é mesmo?
Pois bem! Ele, diante daquela grande lição de amor, aproximou-se da irmã/acompanhante e perguntou-lhe se poderia fazer alguma coisa por elas duas: a vida e a morte. A resposta foi: “Deixe-me apenas ficar aqui, doutor, junto dela, que o senhor já está fazendo muito por nós duas!”.
Ele tocou no ombro da irmã, ao mesmo tempo em que tocou na mão da paciente. Balançou a cabeça, não apenas como um consentimento, mas sim, como uma reverência àquele momento. Então, dirigiu-se ao quarto de repouso, com a desculpa de que ia pegar o seu estetoscópio, mas na verdade ele queria mesmo era ficar sozinho, para poder deixar as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, sem ser visto (bobagem! Homem chora sim!)... e ele chorou, agradecendo a Deus por tudo: pela esposa, pelo filho, pela chuva, pela resistência queimada do chuveiro, pelas ruas alagadas, pela sua profissão e mais ainda por poder, naquele dia, conseguir enxergar além do arco-íris...
P.S. Dedico este texto a neta de Fernando Pessoa, a enfermeira Renata Lima Pessoa (ela sabe o porquê...).
Francisco Edilson Leite Pinto Junior– Professor, médico e escritor.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

"Temos dias que são noites".

BOM DIA IN TROVAS!

     D E T A L H E S . . .

Gosto de café com leite
Quero sonhos e desejos
Porém para o meu deleite
Só amo se tiver beijos!

     A canção sendo suave
     Em melodia envolvente
     Pela voz aguda ou grave
     Acalma a alma da gente!

"I love you" me declarou
Só para qu'eu fosse seu bem
Correspondi com muito ardor
"I love you" dei-lhe também!

     Imagine o céu na terra
     Somente paz, somente amor,
     Nada de ais, nada de guerra,
     Diga que sou um sonhador!

Temos dias que são noites
Tem noite que se faz dia
Mesmo com tantos açoites
Não vou deixar a poesia!

28/09/2013 - D I L S O N - NATAL/RN.