quinta-feira, 25 de outubro de 2012


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Natal, 25 de Outubro de 2012 | Atualizado às 16:27

Crônicas, imagens e traços de um passado praiano

Publicação: 25 de Outubro de 2012 às 00:00
Tribuna do Norte

O balneário mais badalado do litoral sul potiguar já foi uma pacata vila de pescadores, de acesso difícil e noites estreladas. Uma época hoje distante, que o jornalista e escritor Ormuz Barbalho Simonetti revive em "A praia da Pipa do tempo dos meus avós", com lançamento nesta quinta-feira, às 19h, na Academia Norte-Riograndense de Letras. O livro é uma reunião de crônicas em que autor resgata memórias pessoais e ao mesmo tempo conta a história de Pipa e a cultura de seus habitantes originais. Uma viagem no tempo com vista para o mar.
Emanuel AmaralOrmuz Barbalho Simonetti é um dos mais antigos veranistas da praia da Pipa
Ormuz Barbalho Simonetti é um dos mais antigos veranistas da praia da Pipa

Ormuz reúne crônicas escritas entre 2009 e 2012, publicadas em jornais locais e no seu blog. "Comecei a escrever sobre Pipa pelo fato de os guias turísticos trabalharem muito mal a história da praia. Resolvi desmistificar isso usando pesquisas históricas e a relação antiga de minha família com o local. Somos uns dos veranistas mais antigos de lá. Costumo dizer que eu já frequentava Pipa na barriga da minha mãe", diz. 

O autor vai longe, desde os franceses que navegavam o litoral em 1587 para traficar Pau Brasil, até os holandeses e os primeiros colonos portugueses. Ormuz Simonetti fala sobre a "saga" dos primeiros veranistas, que iam para a praia em carros de boi e fazendo picadas pela mata. "O veraneio em Pipa começou em 1926, após uma cheia que devastou Tibau do Sul em 1924. Minha mãe tinha três anos de idade quando foi a Pipa pela primeira vez", conta. A partir daí Ormuz aborda as rendeiras de bilro, a culinária praieira, a carpintaria naval do Mestre Francisquinho, a devoção a São Sebastião, a extinção dos tiradores de coco, a fauna e a flora da região, o Cruzeiro do Pescador, entre outras histórias. 

O livro também traz uma seção de fotos em que mostra Pipa de 50 anos atrás, ao lado dos mesmos cenários de hoje. As ilustrações são de Levi Bulhões. Os textos refletem os contrastes trazidos pelo progresso da Pipa, como a praia tomada por barracas, canos de esgoto, vendedores ambulantes, comércio desenfreado, e o problema das drogas. "Pipa só fica como antigamente à noite. É o horário ideal para os saudosistas", afirma. 

Serviço: Lançamento de 'A praia da Pipa do tempo dos meus avós'. Quinta, às 19h, na ANL, Rua Mipibu, Petrópolis. 

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