sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ambientalistas lançam documentário sobre o rio Potengi.

O filme será lançado dia 24 em duas sessões abertas ao público e aborda a relação das pessoas com o rio e esclarece o desastre que matou 40 toneladas de peixes em 2007

Fotos por assessoria: divulgação
No dia 24 deste mês acontece a pré-estreia do documentário Rio Contado, dos analistas ambientais Airton De Grande e Alvamar Queiroz. O evento, que será realizado no auditório do Ibama, conta com duas sessões abertas ao público: às 14h e 19h. Na véspera, no dia 23 às 14h30, haverá uma exibição exclusiva para a imprensa. O filme, de 1h40, mostra a relação das pessoas com um dos principais rios do Rio Grande do Norte, o que dá nome ao estado, o Rio Potengi. Segundo Alvamar Queiroz, para quem o rio faz parte da própria vida, “O poder público ainda não deu a atenção que o Potengi precisa. Rio Contado é um recado claro para as autoridades."

Resultado de uma produção independente, o filme é dirigido pelo documentarista Airton De Grande, mestre em Multimeios pela Unicamp. "Logo percebemos que abordar apenas a temática ambiental deixaria o filme triste e entediante. O que dá vida ao rio e, consequentemente, ao documentário, são as
pessoas que moram em suas margens", aponta De Grande. A equipe percorreu, durante dois anos e meio, cerca de 1,5 mil km e ouviu mais de 100 pessoas desde a sua nascente em Cerro Corá, passando por São Tomé, Barcelona, São Paulo do Potengi, São Pedro, Ielmo Marinho, São Gonçalo do Amarante até chegar à sua foz, em Natal.

No decorrer do percurso do Potengi, cerca de 180 Km, eles registraram as diferentes visões e a memória dos ribeirinhos, que recriam a vida do Potengi através de histórias inusitadas, lembranças de infância, melodias saudosas e até relatos fantásticos, como casos de assombração e de um navio fantasma. O filme mostra também a importância das águas do Potengi para a população e como a urbanização e o progresso o agridem, retirando sua areia, jogando lixo e esgoto em seu leito - todas as cidades, da nascente à foz, lançam esgotos no Potengi. Em Ielmo Marinho, por exemplo, a retirada descontrolada de areia do rio provocou o rebaixamento do lençol freático, deixando os agricultores sem água em suas terras.

A narrativa é estruturada em 17 blocos que permitem ao espectador acompanhar tanto o deslocamento do rio pelo estado quanto as temáticas que abrange, como economia, cultura, religião, lendas, etc. Além de populares, foram entrevistados também intelectuais e acadêmicos, como os jornalistas Vicente Serejo e Woden Madruga, o fotógrafo Giovanni Sérgio, o artista plástico Dorian Gray Caldas, a historiadora Fátima Martins Lopes, que alternam saborosos depoimentos pessoais com registros históricos.


O filme traz à tona também um caso que ainda permanece envolto numa espécie de mistério: o desastre ambiental do estuário do Potengi, em 2007, quando morreram 40 toneladas de peixes. Com base em depoimentos e documentos inéditos disponibilizados pela Polícia Federal e Ibama, o documentário reconstrói o episódio, que está entre os maiores acidentes ambientais do Brasil. Na ocasião, a culpa recaiu sobre a fazenda de camarões do grupo Veríssimo & Filhos. Porém, as informações agora reveladas pelo filme mostram que os responsáveis foram outros. E que até o momento permanecem incólumes. "O rio tem muitas histórias bem contadas, mas esta estava mal contada. A população precisava conhecer o desfecho dessa história, que tinha detalhes até hoje escondidos", esclarece De Grande. [por assessoria de imprensa]


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Postado por AssessoRN - Jornalista Bosco Araújo no AssessoRN.com em 4/16/2015 08:25:00 P

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